Marla Rodrigues

Marla está no trem. Seus olhos caminham pelo ambiente. Ela carrega um caderno nas mãos e uma caneta. Olha pela janela.

Marla caminha pela plataforma do Terminal Grajaú até chegar o ponto de ônibus que vai para sua casa. Ela fala sobre as suas percepções nesse espaço. Fala sobre as pessoas no celular e os ambulantes.

Marla chega em casa e apresenta seu espaço de produção. Um antigo quarto da casa que ela improvisou de ateliê. Ela conta como é produzir naquele espaço. Mostra os outros ambientes da casa, a comida no fogo, a televisão ligada, a máquina de lavar batendo roupa.

Marla fala sobre sua solidão e seu interesse por conhecer outras artistas periféricas.

A noite, Marla recebe uma mensagem no celular. Um amigo acaba de mandar o contato de uma artista de Itaquera. Marla decide então que entrará em contato com uma artista de cada extremo de São Paulo e marcará um encontro coletivo de produção artística.

Antes do encontro coletivo, Marla decide visitar cada uma das artistas para conhecê-las pessoalmente e conversar com elas sobre suas produções e expectativas. Marla pega o telefone e liga para uma delas. Do outro lado da linha uma mulher responde, mas não se ouve sua resposta, apenas imagens do local onde Marla precisará chegar. Trilhos de trem tomam conta da paisagem sonora.

Num outro dia, Marla recolhe sua bolsa e alguns materiais e parte em direção ao encontro de Renata, artista moradora da Zona Norte. Enquanto está no transporte público, Marla fala sobre a sua percepção dos espaços e suas expectativas.

Marla chega ao primeiro destino. Renata a recebe em casa e mostra seu espaço de produção, alguns de seus trabalhos. As duas tomam um café e conversam sobre os desafios de ser artista e morar na periferia. Falam sobre fronteiras e acessos.

Após a visita, Marla retorna para casa. Novamente ela passa por diversos lugares e faz diferentes baldeações. Um desenho a acompanha pelo trajeto. Ela fala sobre o trabalho da artista que acabou de visitar e traça paralelos da experiência dela com a sua. Marla faz desenhos.

Ela marca visita com outra Karina, dessa vez na Zona Oeste, em Osasco. Marla reinicia uma jornada até a casa da segunda artista.

Neste trajeto, Marla continua suas reflexões sobre o espaço. Dessa vez ela precisa caminhar bastante até a casa.

Marla chega então a casa de Karina, que a recebe e mostra alguns dos seus trabalhos. Ambas caminham um pouco pelo bairro, se sentam num banco e conversam sobre os desafios de acesso a cidade.

Aos poucos Marla acessa as histórias privadas dessas artistas. Após a visita, resta refazer o trajeto de volta. Mais trens e outras reflexões passam pela cabeça de Marla.

Numa manhã, Marla está no telefone conversando com Raiane. Ela pergunta pontos de referência para encontrar o endereço.

Marla já está a caminho. Ela pega a linha Esmeralda, a linha Amarela, a linha Vermelha. O sinal do trem toca várias vezes. Portas abrem e fecham.

A voz no auto-falante anuncia diversas estações de linhas diferentes. Marla chega até a Estação Corinthians-Itaquera.

Raiane recebe Marla em sua casa e as duas conversam sobre sua experiência na cidade e suas expectativas sobre o encontro coletivo.

Marla retorna para casa empolgada para casa. Ela comenta suas impressões sobre o trabalho da terceira artista e suas expectativas para o encontro coletivo. No caminho ela continua a desenhar.

Num dia ensolarado o despertador toca. Marla anda acelerada de um lado para o outro do quarto. Pega a bolsa, estojos, papeis, uma pequena pasta. Confere tudo dentro da mochila. Em sua fala, Marla está ansiosa com o encontro coletivo. Comenta que voltou a falar com as artistas para confirmar o horário e o ponto de encontro. Todas elas estão a caminho.

As mulheres se encontram no Terminal Capão Redondo. Elas se apresentam e dialogam sobre um lugar para sentar e começar a produzir. Escolhem um espaço mais vazio da plataforma de ônibus e iniciam seus trabalhos.

Juntas elas realizam uma série de desenhos em diferentes papeis. Marla está sempre incitando as artistas a falarem sobre seu processo criativo. Por fim, elas possuem inúmeras folhas desenhadas, que elas espalham pelas paredes do terminal.

As artistas observam de longe os trabalhos nas paredes e discutem sobre suas intenções e as possíveis reações das pessoas que frequentam o terminal.

Marla está no trem voltando para casal, observando a cidade pelo vidro do trem. Seu depoimento revela seus sentimentos sobre o encontro. Ela relembra o lugar solitário que estava e como a reunião dessas artistas lhe afetou.

A caminho de casa, Marla já não está mais só. Ao lado dela estão os desenhos das artistas que conheceu.

URL de esta publicación:

OPINIONES Y COMENTARIOS