PROTÓTIPO DE IMPLANTE NEURAL PARA REABILITAÇÃO PÓS-AVC

PROTÓTIPO DE IMPLANTE NEURAL PARA REABILITAÇÃO PÓS-AVC

DAVI SOUZA

02/05/2024

INTRODUÇÃO

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, deixando milhões de pessoas com sequelas neurológicas debilitantes. Apesar dos avanços na medicina e na reabilitação, muitos pacientes continuam enfrentando desafios significativos na recuperação da função muscular após um AVC. Nesse contexto, surgem as tecnologias de interface cérebro-máquina (ICM) e os implantes neurais como promissores recursos terapêuticos, oferecendo novas esperanças para aqueles que lutam para recuperar sua independência e qualidade de vida.

A proposta deste artigo é apresentar o desenvolvimento de um protótipo de implante neural inovador, projetado especificamente para a reabilitação pós-AVC, com foco na restauração da função muscular comprometida. Inspirado em avanços recentes em neurociência e engenharia biomédica, este protótipo visa integrar um sistema de ICM para a captura e decodificação de sinais cerebrais associados ao movimento, juntamente com um sistema de estimulação neuromuscular para fornecer estímulos elétricos diretos aos músculos afetados.

A concepção deste protótipo baseia-se em uma sólida fundamentação teórica e científica, respaldada por estudos e pesquisas realizadas por renomados especialistas na área. Autores como Nicolelis et al. (2011) destacaram a importância das interfaces cérebro-máquina na restauração da função motora em pacientes com lesões neurológicas, enquanto Velliste et al. (2008) demonstraram a viabilidade de decodificar sinais neurais para controle de próteses neurais. Essas contribuições fundamentais da literatura científica servem como pilares para o desenvolvimento deste protótipo, fornecendo uma base sólida para sua concepção e implementação.

Ao longo deste artigo, serão apresentados cálculos teóricos e considerações de engenharia que sustentam a viabilidade técnica e a eficácia potencial deste protótipo. Além disso, serão discutidas as implicações clínicas e éticas dessa abordagem inovadora, bem como os próximos passos necessários para sua validação e implementação clínica. Em última análise, o objetivo é oferecer uma nova perspectiva no tratamento da reabilitação pós-AVC, com o potencial de transformar vidas e restaurar a esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.

Aspectos Técnicos de Engenharia no Desenvolvimento do Protótipo de Implante Neural para Reabilitação Pós-AVC

Neste capítulo, serão explorados os principais aspectos técnicos e de engenharia envolvidos no desenvolvimento do protótipo de implante neural para reabilitação pós-AVC.

Algumas leis e regulamentos podem incluir:

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (Lei nº 13.709/2018): Embora não trate especificamente da inteligência artificial, a LGPD estabelece regras sobre o tratamento de dados pessoais, o que pode ser relevante no contexto do uso de algoritmos de IA que processam dados pessoais. A LGPD define princípios e requisitos para o uso responsável de dados pessoais, incluindo consentimento, transparência, segurança e responsabilidade.

Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014): Esta lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Embora não trate especificamente de inteligência artificial, alguns de seus princípios, como a neutralidade da rede e a proteção da privacidade dos usuários, podem ser relevantes para o uso de tecnologias baseadas em IA.

Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990): Esta lei estabelece os direitos e garantias dos consumidores no Brasil e pode ser aplicável ao uso de IA em produtos e serviços destinados aos consumidores. Os fornecedores de produtos ou serviços baseados em IA podem ser responsabilizados por eventuais danos ou prejuízos causados ​​aos consumidores de acordo com as disposições do Código de Defesa do Consumidor.

Normas Regulatórias Setoriais: Em certos setores, como saúde, finanças e transporte, podem existir regulamentações específicas que tratam do uso de tecnologias baseadas em IA. Por exemplo, no setor de saúde, a ANVISA pode estabelecer normas e requisitos para o uso de sistemas de IA em dispositivos médicos e aplicativos de saúde.

Embora não haja uma legislação específica sobre o uso de inteligência artificial em seres humanos, é importante que as aplicações de IA sejam desenvolvidas e utilizadas de maneira ética, responsável e em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis, especialmente no que diz respeito à proteção de dados pessoais, direitos dos consumidores e princípios de não discriminação e equidade.

Serão apresentados os componentes essenciais do protótipo, as considerações de projeto, os cálculos teóricos e as etapas de implementação necessárias para criar uma solução eficaz e segura.

2.1.1 Sistema de Interface Cérebro-Máquina (ICM):

Este sistema será responsável pela captura e decodificação dos sinais cerebrais associados ao movimento dos membros afetados pelo AVC. Serão utilizados eletrodos implantáveis para registrar a atividade neural em áreas específicas do cérebro relacionadas à intenção de movimento. Algoritmos avançados de processamento de sinais serão empregados para decodificar esses sinais e traduzi-los em comandos motores compreensíveis pelo sistema de estimulação neuromuscular.

2.1.2 Sistema de Estimulação Neuromuscular:

Este sistema será responsável por fornecer estímulos elétricos diretos aos músculos afetados pelo AVC, visando promover a contração muscular e facilitar a reabilitação. Eletrodos implantáveis serão posicionados estrategicamente ao redor dos músculos-alvo, permitindo a entrega precisa e controlada dos estímulos elétricos. A intensidade, a frequência e a duração dos estímulos serão ajustadas de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, com base nos sinais cerebrais capturados pelo sistema de ICM.

2.1.3 Dispositivos de Processamento de Sinais e Controle:

Estes dispositivos serão responsáveis por processar os sinais cerebrais capturados pelo sistema de ICM, bem como controlar a entrega dos estímulos elétricos pelo sistema de estimulação neuromuscular. Serão utilizados microprocessadores de baixo consumo de energia e circuitos integrados especializados para garantir o processamento eficiente e em tempo real dos sinais neurais. Além disso, serão implementados algoritmos de controle adaptativos para ajustar dinamicamente os parâmetros de estimulação com base nas condições do paciente e nos objetivos terapêuticos.

A integração e coordenação desses componentes fundamentais permitirão o funcionamento harmonioso do protótipo de implante neural, oferecendo uma abordagem personalizada e adaptativa para a reabilitação pós-AVC. A seguir, serão abordadas as considerações de projeto necessárias para garantir a eficácia e a segurança do sistema.

2.2 Considerações de Projeto para Garantir a Eficácia e Segurança do Protótipo:

O desenvolvimento de um protótipo de implante neural para reabilitação pós-AVC requer cuidadosas considerações de projeto para assegurar sua eficácia terapêutica e segurança para os pacientes. Abaixo estão algumas das considerações-chave:

2.2.1. Biocompatibilidade:

– Os materiais utilizados no protótipo devem ser biocompatíveis para evitar reações adversas no tecido cerebral e muscular.

– Os eletrodos, implantes e revestimentos devem ser projetados para minimizar a resposta inflamatória e a formação de cicatrizes.

2.2.2. Miniaturização:

– Os componentes do protótipo devem ser miniaturizados para permitir um implante discreto e minimamente invasivo.

– Os circuitos eletrônicos, microprocessadores e baterias devem ser dimensionados para caber no espaço disponível no crânio e no corpo do paciente.

2.2.3. Estabilidade e Durabilidade:

– Os materiais e componentes do protótipo devem ser projetados para garantir estabilidade e durabilidade a longo prazo.

– Os implantes e eletrodos devem ser capazes de suportar as condições biomecânicas e ambientais do corpo humano sem degradação prematura.

2.2.4. Seleção de Parâmetros de Estimulação:

– Os parâmetros de estimulação, como intensidade, frequência e duração dos pulsos elétricos, devem ser selecionados com base em dados clínicos e nas necessidades individuais de cada paciente.

– É importante evitar estimulação excessiva que possa causar fadiga muscular, lesões ou desconforto.

2.2.5. Proteção contra Interferências Externas:

– O sistema de controle e processamento de sinais deve ser projetado para proteger contra interferências externas, como ruído elétrico e campos magnéticos.

– Mecanismos de filtragem e blindagem devem ser implementados para garantir a integridade dos sinais cerebrais e a precisão da estimulação neuromuscular.

2.2.6. Interface do Usuário:

– Uma interface de usuário intuitiva e amigável deve ser desenvolvida para permitir a configuração e monitoramento do protótipo por parte dos profissionais de saúde e pacientes.

– Recursos de feedback em tempo real podem ajudar os pacientes a monitorar sua progressão e ajustar as configurações do sistema conforme necessário.

Ao abordar essas considerações de projeto, o protótipo de implante neural pode oferecer uma solução eficaz e segura para a reabilitação pós-AVC, ajudando os pacientes a recuperar a função muscular comprometida e melhorar sua qualidade de vida.

3. Design do Implante Neural e Seleção de Materiais biocompatíveis

O design do implante neural desempenha um papel crucial na eficácia e segurança do protótipo, pois influencia diretamente a interação do dispositivo com o tecido cerebral e muscular. Além disso, a seleção de materiais biocompatíveis é fundamental para garantir que o implante seja bem tolerado pelo corpo e não desencadeie respostas imunológicas adversas. Abaixo estão algumas considerações importantes:

O implante deve ser projetado para ser minimamente invasivo, com dimensões adequadas para ser inserido no tecido cerebral ou muscular sem causar danos significativos.

A forma e o tamanho do implante devem ser adaptados à região alvo, garantindo um encaixe seguro e estável.

Considerações ergonômicas devem ser levadas em conta para minimizar o desconforto do paciente e facilitar o posicionamento e fixação do implante.

3.2. Seleção de Materiais Biocompatíveis:

Os materiais utilizados no implante devem ser biocompatíveis, ou seja, não devem desencadear reações adversas no corpo humano.

Implantes de titânio, silicone e polímeros biocompatíveis são comumente utilizados devido à sua compatibilidade com o tecido biológico.

Revestimentos biocompatíveis, como polímeros hidrofílicos, podem ser aplicados para melhorar a biocompatibilidade e reduzir a resposta inflamatória.

3.3. Resistência à Corrosão e Degradabilidade:

Os materiais do implante devem ser resistentes à corrosão e à degradação ao longo do tempo, garantindo sua estabilidade e durabilidade.

Implantes de titânio e polímeros de alta qualidade são conhecidos por sua resistência à corrosão e baixa taxa de degradação.

3.4. Propriedades Elétricas:

Os materiais do implante devem ter propriedades elétricas adequadas para garantir a transmissão eficiente de sinais elétricos.

Eletrodos de platina ou irídio são frequentemente utilizados devido à sua alta condutividade elétrica e estabilidade química.

3.5. Compatibilidade Magnética e de Ressonância Magnética (RM):

Se aplicável, o implante deve ser compatível com a ressonância magnética para permitir exames diagnósticos seguros após a implantação.

Materiais não magnéticos, como titânio e certos polímeros, podem ser preferidos para evitar artefatos em imagens de RM.

CÁLCULOS TEÓRICOS DE ESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR

Cálculo da intensidade do estímulo elétrico necessário para induzir uma contração muscular adequada, levando em consideração a impedância dos tecidos e a resposta muscular esperada.

Determinação da frequência de estimulação ótima para evitar fadiga muscular e maximizar a eficácia do tratamento.

4.2. Cálculos de Decodificação de Sinais Cerebrais:

Análise dos padrões de atividade cerebral associados ao movimento voluntário dos membros afetados pelo AVC, utilizando algoritmos de processamento de sinais.

Estimativa da precisão e confiabilidade da decodificação dos sinais cerebrais para fornecer comandos motores precisos ao sistema de estimulação neuromuscular.

4.3. Cálculos de Eficiência Energética:

Estimativa do consumo de energia do sistema de implante neural para garantir uma operação eficiente e prolongada.

Avaliação da eficiência da conversão de energia elétrica para estimulação muscular e do sistema de processamento de sinais.

4.4. Cálculos de Transferência de Calor:

Avaliação do potencial de aquecimento do implante neural durante a estimulação neuromuscular e sua dissipação de calor para evitar danos aos tecidos circundantes.

Cálculo da temperatura máxima tolerável pelo tecido cerebral e muscular para garantir a segurança do paciente.

4.5. Cálculos de Biocompatibilidade:

Avaliação da compatibilidade dos materiais do implante com os tecidos biológicos para evitar reações adversas.

Estimativa da probabilidade de resposta inflamatória e formação de cicatrizes em torno do implante ao longo do tempo.

4.6. Cálculos de Transmissão de Dados e Sinais:

Dimensionamento dos componentes de transmissão de dados e sinais para garantir uma comunicação confiável entre os diferentes sistemas do implante neural.

Análise da largura de banda necessária para a transmissão de sinais cerebrais decodificados e comandos de estimulação neuromuscular.

Esses cálculos teóricos são essenciais para orientar o design e a implementação do protótipo de implante neural, fornecendo uma base sólida para sua eficácia e segurança. Eles devem ser realizados com cuidado e validados por meio de simulações computacionais e testes experimentais para garantir sua precisão e relevância clínica.

Vamos criar um exemplo visual simplificado de um dos cálculos teóricos envolvidos na concepção e implementação do protótipo de implante neural: o cálculo da intensidade do estímulo elétrico necessário para induzir uma contração muscular adequada.

Suponhamos que estamos projetando o sistema de estimulação neuromuscular para o músculo bíceps braquial de um paciente pós-AVC. Usaremos a Lei de Ohm para calcular a corrente elétrica necessária, considerando a resistência dos tecidos e a resposta muscular esperada.

Dados de Exemplo:

Resistência elétrica dos tecidos (incluindo pele, gordura e músculo): 2000 ohms.

Tensão de limiar para estimulação muscular eficaz: 20 mV.

Lei de Ohm: I = V / R, onde I é a corrente elétrica (em ampères), V é a tensão (em volts) e R é a resistência (em ohms).

Cálculo:

Para induzir uma contração muscular eficaz, precisamos garantir que a corrente elétrica seja suficiente para superar a resistência dos tecidos e alcançar a tensão de limiar necessária.

I = V / R

I = (20 mV) / (2000 ohms)

I = 0,01 A (ou 10 mA)

Portanto, precisamos fornecer uma corrente elétrica de pelo menos 10 mA para garantir uma estimulação muscular eficaz no músculo bíceps braquial.

Este exemplo visual demonstra como os cálculos teóricos são aplicados na prática para dimensionar os parâmetros do sistema de estimulação neuromuscular, garantindo uma reabilitação eficaz e segura para pacientes pós-AVC.

Etapas de Implementação do Protótipo de Implante Neural:

A implementação do protótipo de implante neural envolve uma série de etapas cuidadosamente planejadas, desde a concepção inicial até os testes clínicos em pacientes reais. Abaixo estão as etapas típicas de implementação:

5.1. Definição de Requisitos:

– Identificar os requisitos do sistema com base nas necessidades clínicas e terapêuticas dos pacientes pós-AVC.

– Estabelecer critérios de desempenho, segurança e eficácia para o protótipo.

5.2. Projeto Conceitual:

– Desenvolver um conceito inicial do protótipo, incluindo a arquitetura geral, os principais componentes e as tecnologias a serem utilizadas.

– Realizar análises de viabilidade técnica e econômica para avaliar a praticidade do projeto.

5.3. Projeto Detalhado:

– Elaborar os detalhes do design do implante neural, incluindo especificações técnicas, seleção de materiais e componentes, e layout do circuito.

– Realizar simulações computacionais e prototipagem para validar o design e identificar possíveis problemas.

5.4. Fabricação do Protótipo:

– Fabricar o protótipo do implante neural de acordo com as especificações do projeto detalhado.

– Garantir a conformidade com padrões de qualidade e regulamentações aplicáveis.

5.5. Testes de Laboratório:

– Realizar testes de laboratório para avaliar o desempenho do protótipo em condições controladas.

– Testar a funcionalidade dos componentes individuais, a integração do sistema e a compatibilidade biológica.

5.6. Testes Pré-Clínicos:

– Conduzir testes pré-clínicos em modelos animais para avaliar a segurança e eficácia do protótipo em um ambiente biológico relevante.

– Coletar dados sobre resposta biológica, tolerância do tecido e efeitos adversos potenciais.

5.7. Testes Clínicos em Humanos:

– Realizar testes clínicos em pacientes pós-AVC para avaliar a eficácia terapêutica do protótipo.

– Monitorar a segurança do dispositivo e a resposta do paciente durante o período de teste.

5.8. Análise de Dados e Ajustes:

– Analisar os dados coletados durante os testes clínicos para avaliar o desempenho do protótipo e identificar áreas para melhorias.

– Realizar ajustes no design e na funcionalidade do protótipo com base nos resultados dos testes.

5.9. Registro Regulatório e Aprovação:

– Preparar documentação para submissão às agências regulatórias para obtenção de autorização para uso clínico.

– Garantir a conformidade com requisitos regulatórios e normativos aplicáveis.

5.10. Implementação Clínica e Monitoramento:

– Implementar o protótipo em ambientes clínicos para uso em larga escala.

– Monitorar continuamente o desempenho do dispositivo e a segurança dos pacientes ao longo do tempo.

Essas etapas de implementação são essenciais para garantir o desenvolvimento bem-sucedido e a adoção clínica do protótipo de implante neural, oferecendo uma nova abordagem terapêutica para a reabilitação pós-AVC.

Desafios Éticos e Sociais

O avanço da tecnologia de implantes neurais para reabilitação pós-AVC traz consigo uma série de desafios éticos e sociais que precisam ser considerados de forma cuidadosa. Estes desafios abrangem uma variedade de questões que vão desde a privacidade do paciente até a equidade no acesso aos cuidados de saúde. Explorar e enfrentar esses desafios é crucial para garantir que o desenvolvimento e implementação do protótipo ocorram de maneira ética e responsável.

6.1. Privacidade e Confidencialidade:

  • A coleta e o armazenamento de dados sensíveis do paciente, como sinais cerebrais e informações médicas, levantam preocupações significativas sobre privacidade e confidencialidade.
  • Medidas rigorosas de segurança de dados e consentimento informado são essenciais para proteger a privacidade dos pacientes e garantir o uso ético das informações coletadas.

6.2. Equidade no Acesso aos Cuidados de Saúde:

  • O acesso aos cuidados de saúde e tecnologias avançadas, como o protótipo de implante neural, pode ser desigual, com disparidades significativas entre diferentes grupos socioeconômicos e geográficos.
  • É necessário garantir que o acesso a essa tecnologia não seja limitado por questões de renda, localização geográfica ou outras formas de marginalização social.

6.3. Autonomia e Consentimento informado:

  • O uso de implantes neurais levanta questões complexas sobre a autonomia do paciente e o consentimento informado, especialmente quando se trata de intervenções que afetam diretamente o cérebro e o sistema nervoso.
  • Os pacientes devem ser plenamente informados sobre os riscos, benefícios e alternativas disponíveis, e ter a oportunidade de tomar decisões informadas sobre seu tratamento.

6.4. Responsabilidade e Responsabilidade social:

  • Os desenvolvedores e fabricantes do protótipo de implante neural têm a responsabilidade ética de garantir a segurança, eficácia e equidade de sua tecnologia.
  • Além disso, eles devem considerar o impacto social mais amplo de sua invenção e tomar medidas para mitigar quaisquer consequências negativas potenciais.

6.5. Impacto nas Relações Interpessoais e na Qualidade de Vida:

  • O uso de implantes neurais pode ter um impacto significativo nas relações interpessoais dos pacientes, bem como em sua própria identidade e sentido de auto.
  • É importante considerar as implicações psicossociais da tecnologia e fornecer suporte adequado aos pacientes e suas famílias durante o processo de reabilitação.

6.6. Considerações Éticas na Pesquisa e Desenvolvimento:

  • Os pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do protótipo de implante neural devem aderir aos mais altos padrões éticos em todas as fases do processo, desde a concepção do estudo até a publicação dos resultados.
  • Isso inclui a garantia de integridade científica, proteção dos direitos dos participantes da pesquisa e transparência na divulgação dos resultados.

Abordar esses desafios éticos e sociais de forma aberta e colaborativa é essencial para promover o desenvolvimento responsável e sustentável de tecnologias de implantes neurais, garantindo que elas beneficiem a sociedade como um todo de maneira ética e equitativa.

CONCLUSÃO

O desenvolvimento e implementação do protótipo de implante neural para reabilitação pós-AVC representam um avanço promissor na área da neurotecnologia, oferecendo novas oportunidades para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição debilitante. No entanto, ao longo deste processo, uma série de desafios éticos e sociais foram identificados, exigindo uma abordagem cuidadosa e reflexiva para garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e responsável.

É fundamental reconhecer a importância da privacidade do paciente, equidade no acesso aos cuidados de saúde, autonomia e consentimento informado, responsabilidade social e impacto nas relações interpessoais e na qualidade de vida. Abordar essas questões de forma proativa e colaborativa é essencial para promover uma implementação bem-sucedida e sustentável do protótipo de implante neural.

À medida que avançamos neste campo emocionante, é crucial continuar avaliando e respondendo aos desafios éticos e sociais em evolução, mantendo o foco na promoção do bem-estar dos pacientes e na melhoria dos resultados de saúde. Somente através de uma abordagem ética e multidisciplinar podemos garantir que a tecnologia de implantes neurais alcance seu pleno potencial de beneficiar a humanidade.

REFERÊNCIAS

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Zhang, W., & Sun, L. (2016). Biocompatibility of titanium implants. International Journal of Nanomedicine, 11, 481-487.

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Lebedev, M. A., & Nicolelis, M. A. L. (2006). Brain–machine interfaces: past, present and future. Trends in Neurosciences, 29(9), 536-546.

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Ethical Principles for Medical Research Involving Human Subjects. World Medical Association. JAMA, 310(20), 2191–2194.

APÊNDICE

Neste apêndice, são apresentados códigos e cálculos que fornecem suporte técnico e científico para a viabilidade e implementação do protótipo de implante neural para reabilitação pós-AVC. Os códigos demonstram simulações e análises realizadas para dimensionar parâmetros críticos do dispositivo, enquanto os cálculos fornecem insights sobre a intensidade do estímulo elétrico necessário, a miniaturização de componentes eletrônicos e a análise de dados experimentais. Esses recursos complementares visam enriquecer a compreensão da metodologia e dos fundamentos por trás do desenvolvimento do protótipo, oferecendo uma visão mais detalhada de sua viabilidade e eficácia.

Códigos e Cálculos

Cálculo da Intensidade do Estímulo Elétrico:

Neste cálculo, determinamos a intensidade do estímulo elétrico necessária para induzir uma contração muscular adequada no músculo bíceps braquial de um paciente pós-AVC.

Código em Python:

2. Simulação de Miniaturização de Componentes Eletrônicos:

Nesta simulação, exploramos o processo de miniaturização dos componentes eletrônicos do protótipo de implante neural para reduzir seu tamanho e peso.

Código em MATLAB:

% Parâmetros iniciais

tamanho_inicial = 10; % Tamanho inicial do componente em mm

peso_inicial = 5; % Peso inicial do componente em g

% Fator de redução para miniaturização

fator_miniaturizacao = 0.5;

% Cálculo do tamanho e peso após miniaturização

tamanho_miniaturizado = tamanho_inicial * fator_miniaturizacao;

peso_miniaturizado = peso_inicial * fator_miniaturizacao;

disp([‘Após a miniaturização, o tamanho do componente é de ‘, num2str(tamanho_miniaturizado), ‘ mm e o peso é de ‘, num2str(peso_miniaturizado), ‘ g.’]);

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